Sugestão de Filme: O Quarto de Jack

O longa, indicado a quatro Oscars, foi uma das estreias de 2016.

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Ficha Técnica

Título no BrasilO Quarto de Jack
Título originalRoom
Duração118 min.
Estreia18/ Fevereiro /2016
Classificação indicativa14 – NÃO RECOMENDADO PARA MENORES DE 14 ANOS
Idioma: Inglês
DiretorLenny Abrahamson
RoteiristaEmma Donoghue
ElencoBrie Larson; Jacob Tremblay; Sean Bridgers; Wendy Crewson;
Classificação: ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ (Sensacional)

Trailer

https://www.youtube.com/watch?v=IeM5qJp2v8Y

Minha opinião:

Baseado na obra de Emma Donoghue, O Quarto de Jack traz a comovente história de Jack, um adorável garotinho de 5 anos que tem uma vida incomum e triste: ele mora num cativeiro juntamente com a sua mãe, chamada carinhosamente de Ma. Ma, no auge dos seus 17 anos, foi sequestrada e desde então vive em cárcere privado.

Eles não têm contato com o mundo, e tentam se contentar com uma pequena claraboia situada no teto do galpão. Ma faz de tudo para que a vida dos dois seja o menos traumática possível, desde inventar estórias e brincadeiras, ler, cantar e pôr o nome do cativeiro de “O Quarto de Jack”, para deixá-lo menos sombrio aos olhos do menino… Até deixar Jack o mais distante que pôde do velho Nick, o sequestrador. Nick é a única pessoa que tem conhecimento da senha que protege a porta do galpão, por isso chantageia-os de várias maneiras diferentes. Ele possui a vida de mãe e filho em mãos.

A belíssima relação de amor que Ma e Jack têm, acrescentada à cumplicidade que eles esbanjam, tornam difícil não se emocionar com o filme. À medida em que a curiosidade de Jack aumenta e a resiliência de Ma se esgota, os dois começam a arquitetar alguns planos almejando a famigerada liberdade.

 

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“Você vai amar isso.” – Ma. “O quê?” – Jack. “O mundo.” – Ma.

Passada a primeira parte do filme, em que nos é explícito o sofrimento de Ma e seus esforços para manter o filho feliz, as cenas que se seguem mostram a adaptação da dupla ao mundo real, as descobertas de Jack, e outro importante fator: o apoio familiar.

Joan Allen e William H. Macy interpretam os pais da personagem, e mesmo depois de tudo que lhes aconteceu, os problemas não param por aí. Embora esteja livre, Ma, que na verdade se chama Joy Newsome, não se sente livre. Os fantasmas do passado teimam em lhe perturbar e ela não consegue retomar sua vida. Além do fato de que o seu pai não consegue sequer olhar para Jack e corta o contato com ele; que é fruto de consecutivos anos de estupro (ao todo, 7 anos).

E, mais uma vez, o garotinho rouba a cena. Ele é responsável por unir a família e dar o suporte ao qual sua mãe tanto precisa para manter a sanidade. Jacob Trembley, que interpreta Jack, é um dos atores mirins que mais me cativaram até hoje. A conexão que ele criou com Brie Larson, que interpreta Joy, é admirável. A mulher também assumiu seu papel de maneira extraordinária, sendo natural (na maior parte das cenas ela está sem resquício algum de maquiagem) e sua entrega é notória, o que, inclusive, rendeu-lhe o Oscar de melhor atriz deste ano. Mais um destaque do filme é o roteiro, onde a própria autora, Emma Donoghue, foi quem adaptou a história (inspirada em alguns casos reais) para o cinema – o que é realmente raro em Hollywood. Adaptar uma história tão delicada e detalhista para um longa de menos de duas horas de duração não deve ter sido nada fácil, e toda a produção também está de parabéns.

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O Quarto de Jack não é só mais uma tragédia dramática; o filme aborda diversos assuntos delicados com tamanha maestria, conclui que o amor é capaz de superar quaisquer barreiras, e prova que, enquanto nós só queremos fugir do mundo real, outros querem apenas descobri-lo.

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